quinta-feira, 9 de abril de 2015
viajem
Liga o telemóvel e fala uns vinte minutos sem parar,passa um carro com vidros fumados e pergunta-me se acho que devem ser proibidos ,não sei o que pretende com a pergunta,tenho um palpite que se revela acertado,não arrisco respostas .Falamos de muita coisa durante a viajem ,livros ,cinema ,música,fala-me de um autor que não conheço ,já ouvi aquele nome ,quando me diz o título de um livro dele lembro-me de uma foto numa revista uns anos atrás,duas adolescentes em fato de banho junto a uma piscina ,o título era insólito e não costumo esquecer coisas dessas,the cement garden,não sei se as raparigas pertenciam ao título ,sei que ficaram para sempre ligadas a um autor que não conheço,na volta estou cansado de falar e digo coisas como quem sacode areia dos ombros ,alegações finais ou coisa que o valha ,paramos em Loures ,não gosta de Loures ,nasceu lá mas acha aquilo medonho ,como Algueirão,mem-Martins -nem sei escrever mem martins, mem-martins?.Gosta de Mafra porque é calmo ,passamos na rua principal de Loures e diz-me que aquela rua não vale grande coisa ,muitas pessoas lhe acenam da rua ,conhece muita gente em Loures,é o que acontece ás pessoas prestáveis ,ficam conhecidas,ainda há minutos explicou a uma angolana o que tinha de fazer para levar o Yorkshire para Angola,agora levo um gato ao colo ,uma arranhadela pode provocar cat scratch ,imagino conforme o gato e conforme a pessoa que for arranhada,longe dos gatos de unhas acépticas de Bilal,perto da realidade.
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