sábado, 28 de junho de 2014

Sintra

Cheguei a Sintra num dia que anunciava chuva ,no primeiro lugar onde bebi café estava anunciado na parede café suspenso ,perguntei se não havia café ao que a rapariga me respondeu que sim que havia ,e que café suspenso era para quem quisesse deixar alguma contribuição para uma refeição solidária ,as pessoas reincidiam aqui e ali ,o homem baixo de barba e rabo de cavalo , a mulher magra de fato de treino preto , os Espanhóis barulhentos ,o pessoal dos tuk tuks decide quem leva o land cruiser , chove em Sintra , o castelo parece que está a arder com as luzes e a neblina ,devo lá ter passado nove horas ,há um negro que vende elétricos amarelos de vários tamanhos ,reparo que só tem uma perna , não sei para onde vai ao fim do dia ,se tem família ou não ,fico a imaginar a vida de uma ou outra pessoa que vejo ,penso na minha ,sinto-me tranquilo ,no café um homem diz que esteve todo o dia na praia a ouvir o mar e não consigo perceber tal coisa ,o empregado do café diz para ele se portar bem enquanto ele sai porta fora de mochila ás costas ,um homem tatuado coloca sobre a mesa tudo o que traz nos bolsos e a mesa fica cheia ,uma mulher diz que quer raspadinhas baratas e outra que foi ver a escola da noite ,esqueço-me por momentos que estou em Sintra ,a meio da água tónica a pensar na escola da noite , pertenço ao lugar onde estou ,a noite cai e deixo para trás tudo o que vi ,á chegada vejo o convento iluminado ,sinto a vida ainda vaga ,efeito das ruas vazias ,abro a porta e estou em casa ,é onde pertenço agora ,a esta terra onde uma mulher teimosa ousou contrariar o rei .

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